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Artista visual, arteira desde sempre. Amo moda, fotografia, desenho, teatro, dança. E mais tantas outras coisas, mas...Acima de tudo, amo a liberdade de ser eu mesma!!!!!

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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Confecção de São Judas Tadeu e oratório

Fazer uma imagem religiosa, há tempos já fazia parte dos meus planos.
Mas não esperava fazer tão cedo. Esse foi um daqueles momentos em que o trabalho me procura e é preciso escutar, entender e transformar esse "chamado" em oportunidade de aprendizado.

O santo em questão, é São Judas Tadeu, conhecido como o santo dos desesperados, dos aflitos e das causas urgentes. São Judas Tadeu foi um dos doze apóstolos de Cristo, ainda é muito confundido com Judas Iscariotes.

Em minhas pesquisas recentes de quase um ano, percebo que algumas mitologias se repetem por várias gerações, mesmo em épocas distantes e até ao mesmo tempo de uma linha cronológica histórica.
Santos, reis, príncipes e princesas. Contos, fábulas e lendas. Histórias que de bobas nada têm, por carregarem séculos de más interpretações, cortes e alterações que deturparam seus reais significados. Posso estar me antecipando por aqui, mas quero dizer que imagens de princesas e santas, não estão tão distantes umas das outras, tudo que conhecemos hoje pode não chegar na pontinha de um iceberg de conhecimento que nos foi omitido...

Mas chega de argumentações, quero mostrar o meu processo de confecção dessa pequena arte sacra e os caminhos que percorri:



Primeiramente, tentei pintar a imagem do santo em um tecido leve e transparente, o que não deu certo (claro), mesmo assim insisti na péssima tentativa de pintar uma superfície sintética.


Quando voltei para o meu tecido padrão, tudo melhorou...

Mas não contava com o fato não ter pintado antes, toda uma imagem como essa.
Parecia simples, mas esse processo se arrastou por muitas horas. A tinta para tecido que usei, tornou-se plástica e bem difícil de usar. A cada camada de tinta, tive que esperar secar, pois as pinceladas acabavam retirando as camadas anteriores. O que era para ser uma pintura leve, com ares de vitral (meio aquarelada com vários tons), tornou-se uma pintura chapada, pesada e com uma qualidade de acabamento prejudicada.
Acrilex, ainda não consegui uma maneira de usar essa marca de modo satisfatório (fica o desabafo)!





A base para o oratório, foi uma fusão de duas embalagens de papelão.


Revestimento todo em papelão, mas sem várias camadas, para testar como seria sua resistência.



Adorei "sujar" a caixa com tinta branca, o que deu um aspecto envelhecido para o oratório.






As pinturas de anjos vieram depois de muitas idéias com vitrais, mas depois do ocorrido com o santo, resolvi não arriscar essa alternativa e parti para algo que amei fazer na embalagem anterior http://aurora-auroradaminhavida.blogspot.com.br/2013/12/para-sempre-cinderela.html e sinto que tenho muito a explorar. Desenhar a mão livre, com duas cores de tintas é um retorno para o básico do desenho, luz e sombra, forma e movimento!

Em cada trabalho que crio, surgem novas gambiarras que tornam as peças únicas.
Como não fiz uma dobradiça com tecido (como na caixa da Cinderela), a pintura tornou as portas da caixa difíceis de serem movimentadas. Então, para dar aquele efeito de oratório "escancarado", adaptei ganchinhos plásticos nas laterais da caixa. eles seguram as pontas das fitas de cetim (com miçangas costuradas), resolvendo essa questão.

Lembrei muito das aulas e exercícios sobre trípticos na História da Arte, lágrimas de agradecimento por uma professora que muito me ensinou e continua cada dia mais viva em minha vida. Ao terminar a pintura, soube de um refúgio muito meu, uma capela linda, que foi incendiado em Porto Alegre. Mais uma vez tive que secar as lágrimas, retornar das lembranças e tocar a vida pra frente... Após algumas emoções durante o processo do oratório, acredito que consegui um bom resultado, para essa primeira empreitada religiosa!

Abraços, até o próximo post!

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