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Artista visual, arteira desde sempre. Amo moda, fotografia, desenho, teatro, dança. E mais tantas outras coisas, mas...Acima de tudo, amo a liberdade de ser eu mesma!!!!!

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sábado, 27 de novembro de 2010

Baú de maravilhas!!!


Relato de aula: 03/09/09

Lamento a falta de muitos colegas para o primeiro exercício de aula, que ajudou a desmistificar o “monstro do desenho”.
Ouvir a leitura de alguns relatos foi fundamental para sentir como levamos a sério essa disciplina. Percebi que não sou muito acadêmica em minhas palavras, mesmo assim, isso não me desmotivou, estou muito à vontade com todos, com a professora Ana, enfim, gosto de escrever, estou habituada a fazer diários, talvez por isso o fato de literalmente conversar com o papel. Não consigo ser metodologicamente correta.
Penso que esse é o convite feito pela disciplina de Desenho da figura humana: que fiquemos à vontade para aproveitarmos essa oportunidade de aprendizado.
Conforme pedido pela professora... Como identificar sentimento num desenho? Depois de nossas conversas sobre desenho técnico, não podemos negar que um arquiteto, por exemplo, não tenha sentimento ao fazer um desenho... Eu mesma, toda vez que desenho uma roupa, imagino para quem vou desenhar. Idealizo uma mulher, ou não. O que ela sente, o que ela quer, como ela é psicologicamente. Tudo contribui para a criação da roupa, mesmo que a maneira de fazê-la seja como uma receita de bolo, os olhos nunca são os mesmos, assim como o cabelo, a boca, as feições... Isso tudo me sugere a roupa. Também faço o contrário, mas é muito interessante descobrir quem aparece no papel para depois vesti-la. Pra mim tem sentimento, total!
Um desenho de escola (como os que eu vejo onde trabalho), feitos para as crianças menores é um crime incentivado pela direção, pela forma como são feitos. Cópias de livros PEDAGÓGICOS, nos quais tudo sorri e tem o mesmo formato.
Mesmo assim, caio numa questão tão complicada, como identificar sentimento? Quem disse que não existe sentimento para quem fez o desenho?
Talvez a questão esteja em: o que sentimos ao ver um desenho? Que sentimentos despertam nossos sentidos?
Ver um sol que sorri me transmite algo? Não, na verdade, não sinto nada. É como uma placa de trânsito, um desenho que sabemos o que significa, porém não desperta sentimento algum.
Parece uma questão boba, mas difícil de responder ou explicar, pois não posso julgar o que o outro sente ao desenhar, mas sei o que sinto ou não, ao observar um desenho.
Quais as características de um desenho com sentimento? É outra questão complicada. Como citar elementos tão únicos? Número de linhas? Forma, tonalidades, ritmo?
Onde reside o sentimento no desenho? Mais uma pergunta que, no momento não posso dizer. Só sei que é um constante exercício do olhar, o olhar de quem observa para desenhar, o olhar de quem observa o resultado, vê, admira, ou repulsa.
Gostei de trabalhar com minha colega de dupla. Pelo pouco tempo de aula que nos restava, ela  foi bem objetiva, não perdeu tempo com  conversas paralelas e gostou, ou pareceu que também gostou do exercício. Já havia feito um exercício parecido com meus alunos, para eles foi uma decepção não verem-se como são. Mas eu nunca havia feito dessa forma. Gostei do que vi e mais ainda, de trabalhar no chão.
Descobri coisas interessantes sobre nossas medidas, somos proporcionais...
Minha colega tem a canela um pouco menor que a coxa; a canela direita é menor que a esquerda (tenho minhas dúvidas); as coxas têm a mesma medida; o pé direito um pouco maior do que a metade da coxa; do púbis até a cintura é a mesma medida da coxa, assim como da cintura até o pescoço; a medida do tronco é igual a duas vezes a medida da coxa; o antebraço é um pouco menor que a metade da coxa; o braço é um pouco maior que o antebraço; a cabeça equivale a três quartos do tamanho da coxa.
Meu antebraço é pouco maior que a mão esquerda; a cabeça é dois dedos maior que a mão; do pescoço até a cintura tenho duas vezes a medida da mão ; a canela é igual a duas vezes a medida da mão, o pé é um pouco maior que a mão...
Não tivemos mais tempo para  fazermos relações entre nossos desenhos e os dos colegas, mas entendi que todos temos medidas igualmente proporcionais, outras nem tanto e outras totalmente diferentes!
Sobre nosso corpo ser móvel, é interessante ver os artifícios que as fotografias de moda e mesmo passarela utilizam pra estreitar e alongar os corpos das modelos. Afastar os braços e as pernas nas fotos, não aperta as coxas nem os braços contra o corpo, pois pode aumentar  os membros, com excesso de pele, gordura ou aumentar os músculos.
A revista NOVA, por exemplo, costuma fotografar as modelos das capas quase sempre de perfil, ou meio perfil, com pouca roupa. Por mais magras que  sejam, não necessariamente esbeltas, elas sempre encolhem o abdome, aumentando a ilusão de terem seios e coxas maiores do que realmente têm. Mãos na cintura (passarela) escondem gordurinhas e afinam o corpo. Já no vestuário, principalmente a alta costura, muitos vestidos contêm enchimentos no busto.
Fotos de mulheres de biquíni nos anos 50, mesmo consideradas fora do peso, eram dotadas de uma cintura bem marcada, devido ao uso da roupas acinturadas. Quando hoje ouvimos falar de calças com “cintura alta” há um equívoco no modo como vemos a cintura. Na verdade, as roupas é que diminuíram o cós para os quadris.
Na disciplina de Artes Visuais no século XV  também estamos falando sobre os corpos idealizados pelos gregos e sobre a razão áurea. Particularmente, não gosto de matemática, mas fico fascinada em saber como o cérebro humano é capaz de fazer cálculos em milésimos de segundo, identificando a simetrias dos corpos...
 A arte mexe com coisas que não nos cabem responder. Não quero com isso fugir da responsabilidade de pensar. Mas quanto mais eu penso, mais eu sei que é tudo muito filosófico, científico e divino.

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