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Artista visual, arteira desde sempre. Amo moda, fotografia, desenho, teatro, dança. E mais tantas outras coisas, mas...Acima de tudo, amo a liberdade de ser eu mesma!!!!!

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sábado, 27 de novembro de 2010

Baú de maravilhas parte III


Relato de aula: 10/09/09


[...] Sobre a metodologia do desenho, realmente não penso em como passar para meus alunos de estágio, até porque, eu não penso em passar desenho a eles. Essa é uma parte que eu não gosto, pois no estágio não será a nossa vontade, mas sim a necessidade da turma que prevalecerá.

É nessas horas que sinto que não nasci para ser professora de artes... Sou daquela turma que entrou para a ULBRA com o sonho do bacharelado, que foi passando, passando... E não tive mais como desistir, já era tarde. Fiquei muito entusiasmada com o Curso e feliz por ser aluna de professores tão competentes (sem querer “puxar o saco”), mas é verdade. Ouço tantos absurdos sobre os professores em geral e tantas coisas ridículas sobre o ensino de arte, que fico indignada com o preconceito de leigos sobre coisas que não sabem ou não conhecem...

Concordo que a criatividade dos alunos não cai do céu se não forem orientados no que fazer. Talvez dizer como fazer seja  um equívoco.

Mesmo num curso de licenciatura, não escolhi ser professora. Sei que é ridículo falar isso, mas é verdade, sei é que não poderia passar a minha vida sem esse Curso.

Quanto ao exercício em duplas, pra mim significou muito! De uma forma geral, pela forma livre como  o exercício foi sugerido (embora as cobranças tenham vindo da turma).

Nunca fui modelo de desenho antes, e, definitivamente, prefiro a fotografia! Posar foi semelhante ao exercício de respiração (com olhos fechados, caminhando entre os colegas). Tudo que eu queria era enxergar, no caso do desenho, queria ver algo além da parede e para o ponto ao qual fixei meu olhar.

A música foi tomando conta de mim de forma tão forte, que  foi impossível não me sentir idiota diante da Nívea, que me olhava com muita atenção. Gostei muito de me ver no desenho dela.

Não esperava nada do desenho e quando vi, me lembrou Picasso. Depois fiz relações com meus desenhos de observação aos sete e oito anos de idade. Muito parecidos, eu via cada parte separadamente. O olho, ou a boca, o nariz e no final ficava aquele desenho cheio de formas, cada uma delas em diferentes proporções. Lembrei sobre o que o professor Celso falava sobre a idade dos desenhos, que as pessoas costumam parar de desenhar em uma determinada idade da infância e não praticam mais. Quando voltam a desenhar, deparam-se com a dificuldade de acompanhar um ritmo que se perdeu... Não foram com essas palavras, mas foi isso que ele quis dizer.

Gostei porque me vi (olhos, boca, queixo), era eu! Ao desenhar a colega... Eu pouco pensei em como estava fazendo, mas no que estava fazendo. Só olhei pra ela. Olhei bem. Fiz tudo bem leve, até ter certeza de que era o rosto dela que estava no papel. Depois comecei a desenhar com força, para marcar bem os olhos, as sombrancelhas, a boca...
[...] Depois de desenhar a Nívea, percebi que não estou tão enferrujada na prática do desenho, realmente é como respirar.

Tentei fazer o exercício de me olhar no espelho e desenhar meu marido. Mas de todos os “temas” da semana, esse, eu não fiz, por questões de tempo e pensamento. Sei que o tempo somos nós que fazemos, mas não posso me obrigar a fazer algo que deve ser proveitoso, se minha mente não está nem um pouco voltada para isso.

Desta vez, não me preparei para “subir no palco”. Estou passando por situações tão absurdas que me fizeram literalmente cansar a beleza, como nunca havia cansado antes.
            Um dos únicos motivos que me mantém positiva, é o Curso de Artes, que, mesmo cansada, preocupada,me faz levantar todas as manhãs.Meus dias têm sido muito infelizes na escola em que “trabalho”.

            Poderia ficar horas listando todos os motivos dos meus dissabores, poderia acabar com este bloco onde escrevo agora e chorar por horas.

            Mas, essa semana, pra mim, foi decisiva. Resolvi fazer algo de bom para minha vida, lutar por algo que eu realmente gosto. Preciso ter prazer. Tanto cansaço e indignação me fazem gastar boa parte do salário com remédios para dor. É um absurdo, mas eu tenho dores musculares, dores de cabeça , não durmo mais e minha pele está horrível de tanto stress.

            Quero ter prazer, eu mereço me dar momentos de emoção.      

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