Relato de aula: 08/10/09
Aurora do Entendimento
Que aula ótima, pensei que nunca fôssemos chegar a tal ponto de ebulição! Percebi que a aula foi extremamente centrada nos objetivos, mesmo com atrasos e faltas de alguns colegas.
O exercício de “moldar” os movimentos do Cristiano foi fundamental para o andamento da aula. Mesmo com os braços cansados, não consigo explicar, mas a concentração é focada para o corpo dele.
Pude ver que os desenhos foram divididos em três momentos distintos. No início foram linhas que formavam o corpo, com leveza, quase sem força no papel. Depois formei articulações, que não existiam nos primeiros traços, sem definição. E finalmente o corpo apareceu mais definido nos desenhos finais, com o auxílio do Cristiano, que ficou mais momentos em pausa.
Todos nós ficamos cansados com a falta de um intervalo definido. Mesmo que “corte o barato”, é necessária uma paradinha para relaxar. Eu já não tinha mais forças para sentar, não consigo desenhar com o auxílio do banco... Até ajoelhei por um momento, para poder continuar, não conseguia me concentrar no todo e passei a fazer apenas partes do corpo.
Percebi que não consigo fazer um desenho pequeno, a mão parece ter necessidade de expandir o traço. Tento diminuir, mas não consigo... Considero essa uma aula única, de uma concentração absurda, não sabia mais quem estava do meu lado e até olhar para o Cristiano não me chamava mais a atenção, olhei pra ele mas foi como se o atravessasse, para captar algo que, mesmo físico ,não se enxerga...
O último desenho que fiz, considerei o ápice da aula, apresentou o resultado de toda a parte inicial, dos primeiros gestos soltos, da movimentação das mãos, da concentração, a tal ponto que eu tive certeza de que o braço esquerdo dele estava mais baixo e com o passar do tempo, foi mudando de posição. Conversei com o Cristiano, que me confirmou, realmente, com o cansaço, ele girou lentamente o pulso, até subir o braço e essa diferença aparece no desenho, também tentei mover o braço esquerdo...
Gostei de usar pastel seco no craft, já tinha utilizado em outras superfícies, mas ele é ótimo para exercícios como os nossos.
Observando os desenhos das primeiras aulas e os atuais, vejo como ficam cada vez mais naturais, e como é rápido desenhar um corpo, não fico mais que dois minutos observando cada pausa do Cristiano, creio que bem menos. Interessante é ver quando “terminou” o desenho. Mesmo inacabado aos olhos de outras pessoas, a forma, para minha concepção do desenho, já está completa, é como se não faltasse mais nada, fica aquele vazio, penso: “O que farei agora?” O que eu queria captar já está no papel!
Outra coisa importante que percebi é que, ao acompanhar os movimentos do alongamento com o corpo, fico ligada na dança, na música, e de certa forma, me atrapalha, eu fico pensando em dançar durante o resto da aula... E exercitar os braços, as mãos, para fixar o olhar no corpo dele, me direciona ao exercício durante a aula... Até movimentei o corpo enquanto desenhei, mas não fiquei com tanta aflição em querer dançar, acabo seguindo o corpo que eu vejo.
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