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Artista visual, arteira desde sempre. Amo moda, fotografia, desenho, teatro, dança. E mais tantas outras coisas, mas...Acima de tudo, amo a liberdade de ser eu mesma!!!!!

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segunda-feira, 11 de junho de 2018

"O Rei está nú!"

Desde 2016 tenho essas minhocas na cabeça, então resolvi escrever...
Antes de mais nada, penso que não exista melhor ou pior empresa fabricante de bonecas, seria mentira, ou milagre!
Mesmo assim, a minha contemplada dos últimos anos é a Mattel, que ainda leva vantagem sobre a memória de sua coleção "Princesas Disney Clássicas", assunto que tratarei antes de introduzir as histórias das minhas releituras de moda para bonecas.   
Nunca tive intenção de colecionar bonecas, não sigo nenhuma regra de completistas ou metas de aquisição. As bonecas que tenho foram compradas, ganhadas e encontradas de maneiras diversas, cada uma com sua história e significado.
São minhas verdadeiras imagens sacras, representações de lembranças e ícones de inspiração.
Já repaginei bonecas por questões de conservação, repondo acessórios perdidos ou encobrindo estragos em tecidos.
Exemplo de boneca repaginada. 
Moranguinho de 1993 (original com chapéu - imagem da web que não sei a fonte) e a minha, que ainda tem os cabelos perfumados de morango!

Mas posso dizer que de alguns anos pra cá, senti necessidade de vesti-las com mais dignidade, se é que assim posso chamar.
Ao adquirir algumas bonecas da Disney Store, me deparei com certos detalhes que para os fãs, podem comprometer a coerência e história de cada personagem representada.
Plastificar peças de roupas, pintá-las no corpo das bonecas, subtrair informações e diminuir proporções dos trajes, infelizmente já é tão lugar comum, que deixo de fora essa questão.
Mas acrescentar glitter em tudo é a gota d'água!
Quero tocá-las e suas roupas estão cobertas de glitter. Purpurinadas para chamar a atenção dos consumidores, as bonecas tornam-se peças intocáveis. Deixam rastro por onde passam, além de dificultar a limpeza das peças que acumulam pó nas superfícies brilhantes.
O que é uma pena, por serem bonecas tão bonitas e surpreendentemente semelhantes às personagens das animações. Com detalhes como das cores dos olhos, formatos dos rostos, covinhas, expressões faciais e penteados impecáveis!
Eis outra questão que pensei que dividiria bonequeiros, colecionadores e fãs da Disney.
As últimas cinco bonecas que adquiri em minha humilde coleção, foram por susto, ao saber da troca de fabricante das bonecas.
A Hasbro "criou" bonecas com o mesmo formato de cabeças, maiores em relação aos corpos, sem as suas típicas expressões faciais e cabelos como o das das princesas. As roupas ficaram bem inferiores e claro, o uso do glitter permanece! 
A seguir, imagens comparativas que fiz das primeiras onze princesas lançadas pela Hasbro em 2016, com as minhas bonecas da Mattel. Mesmo com uma qualidade inferior das fotos, é possível ver de cara, as diferenças gritantes entre elas. Lembro que me refiro apenas às versões econômicas, não cito a linha de princesas para colecionadores.











Segundo minhas leituras da época, a troca ocorreu devido a reclamações de mães, que diziam que as princesas da Mattel eram parecidas com a Barbie, alegando que suas filhas não se identificavam com as bonecas, que não as representavam. 
Encontrei esse vídeo, que transmite a exata sensação que tenho ao ver as novas princesas e de como o público consumidor está sendo tratado:

Ironicamente, assim que a Hasbro padronizou as princesas, a Mattel surgiu com um lançamento, que acredito ser obviamente em resposta ao público descontente.
O vídeo abaixo mostra uma nova Barbie, não apenas esbelta, agora com diversidade de formatos de corpos e cores. Não se pode ter tudo e o que era incrível na linha Fashionistas ficou de fora. Os pontos de articulação dos corpos, que na minha opinião, tinham revolucionado e ampliado a relação dos consumidores com essas bonecas.


   Independente das mudanças, quem saiu perdendo nessa troca? Os fãs da Disney! 


Desde então, o que encontro sobre notícias desse lançamento, são apenas elogios.
Incrível como o senso comum pode superar o bom gosto e o intelecto, beirando o surrealismo de uma fábula. O medo de ficar de fora de uma situação que se auto ridiculariza, cria rebanhos que fomentam essa indústria do mal gosto, muito além do âmbito dos brinquedos.


Será mesmo que tudo que leva o selo Disney é belo e bom?


O que falar da inenarrável boneca da Emma Watson, imortalizada no ranking das incompreensões comerciais?


Para salvar o que me restou, resolvi melhorar a questão tátil das roupinhas, fazendo minhas próprias versões com Alma de Boneca. Em breve, costurices! 
Sobre a inquestionável realidade da nossa cultura da obediência, uma dica de filme:

 

Abraços, até o próximo post!




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