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Artista visual, arteira desde sempre. Amo moda, fotografia, desenho, teatro, dança. E mais tantas outras coisas, mas...Acima de tudo, amo a liberdade de ser eu mesma!!!!!

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domingo, 6 de maio de 2012

Apontamentos... parte VI

Imagem: Beatriz Martin Vidal

Desde já, aviso aos acadêmicos de plantão, que tenho plena consciência da minha falta de normas e regras de apresentação e disposição de referências bibliográficas... Eis mais algumas leituras da semana, nessa tarde de Domingo!

Do livro: O Ator e o Método, de Eugênio Kusnet:

Cap. VIII

p.98:

[...] A improvisação é a base da criação em todas as artes. Improvisa o escultor, improvisa o músico, improvisa o ator. Não improvisa o contador, o mecânico, - no seu trabalho eles epenas imitam o que já foi criado e transformado em regras fixas pelos outros.
O artista sempre cria coisas inéditas. Por isso um músico ao criar ou executar uma obra musical não deve sofrer influência de outras obras ou outras interpretações, senão ele corre o perigo de imitar em vez de criar. A sua ação deve ser sempre espontânea.
Em teatro a espontaneidade é a mais importante qualidade de um ator. Espontaneidade e talento tornaram-se, em teatro, quase sinônimos. a frase: "Ele é um ator muito espontâneo" pode ser substituída pela frase: "Ele é de muito talento". Se partimos do princípio de que a espontaneidade se revela na ação improvisada, - ou vice-versa, que a ação improvisada é o resultado da espontaneidade inata, - podemos chegar à conclusão de que o dom de improvisação bem desenvolvido pode substituir o que chamamos de talento.
[...] Não devemos estranhar esse fenômeno, - temos vários exemplos disso em outras artes. Um pianista, tocando a mesma música em todos os seus concertos, executa as mesmas combinações de notas escritas na partitura, dentro do mesmo ritmo e leva em consideração sempre as mesmas indicações do compositor. E entretanto, se o concertista for realmente um artista, sempre haverá uma diferença na sua iterpretação em cada concerto, diferença essa que os ouvintes constatarão emocionalmente. São bem conhecidos os comentários dos freqüentadores dos concertos: "Hoje ele tocou tão diferente! Parecia outra música!...", mas      
em que consistia a diferença, esse ouvinte não saberia explicar. É pois, evidente que o pianista também improvisa dentro dos limites obrigatórios da obra musical, tocando-a como se fosse pela primeira vez.
O que estimula a sua improvisação são vários elementos que se encontram fora da obrigatoriedade e que variam de um concerto para outro: o seu próprio estado psicofísico, a sua "visualização" da obra musical, a reação da platéia.

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