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Artista visual, arteira desde sempre. Amo moda, fotografia, desenho, teatro, dança. E mais tantas outras coisas, mas...Acima de tudo, amo a liberdade de ser eu mesma!!!!!

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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Manhêêêê!

Hoje não é dia das mães. Mas é dia da minha mãe, pelo seu aniversário!
Eu sempre tentei fazer as melhores surpresas, embora nunca consiga chegar lá (risos)!
Acordei com um dia nublado, embora eu não goste, lembrei que ela sempre me disse, que os dias mais importantes da sua vida, foram chuvosos...
Lembro como se fosse ontem dos seus 20 anos, dos 30 e dos 40. E ainda me recuso a acompanhar a velocidade do tempo, que nos trouxe tantas mudanças...
Pensar na minha mãe é como carregar um livro cheio de histórias fantásticas e reais.
Mãe é doação. Conheço poucas pessoas que tiveram a capacidade de se doar como ela, durante toda a vida.
Embora hoje, eu tenha uma postura muito diferente daquela que tive até seis anos atrás, com a difícil aceitação de nossas diferenças (e não são poucas), eu sempre levarei comigo o nosso tempo juntas e com ele, tudo que vivemos.
Lembro a primeira vez que vi minha mãe chorar, eu tinha dois anos e tudo que pude oferecer era meu soninho (cobertor que arrastava pela casa). Sequei seu rosto e a abracei. Naqueles dias, entendi que nossa solidão se completava.
Ela foi minha primeira tela e minha primeira plateia. Pintava seu rosto, estragando seu kit de maquiagens. Desenhava famílias de dedinhos em seus pés. Dançava ballet pela casa, mesmo sem meus pais e eu entendermos de música clássica. Assistíamos televisão juntas e sempre gostamos da mesma programação infanto juvenil.
Sempre guardei uma espécie de culpa, por não ter como mudar aquela história torta, de uma moça que precisou fugir da sua cidade aos 14 anos, deixando tudo para trás: sua casa, dinheiro, seus amigos, sua escola, seu namorado, sua juventude.
Conhecer meu pai não foi a melhor saída, para nenhum dos dois, minha dor por ela aumentou ainda mais, em fazer parte de tantas desventuras.
Precisou me esconder, além de lutar para podermos viver. Quando ouço pessoas que falam ter escapado da morte, por motivos tão banais, eu imagino a força que minha mãe teve sozinha, ao ter que optar por nossa vida, mesmo que mais uma vez, tivesse que mudar os rumos e os laços com sua família.
Com o seu primeiro emprego em Porto Alegre, iniciou mais uma atividade de doação por aquilo que mais gostava: O comércio exterior. Trabalhou muito tempo com o "marítimo", me fazendo sonhar também com o porto de Rio Grande e o porto de Santos. Adorava saber das cargas que ela recebia e exportava em containers, apesar de perder todo o tempo que tínhamos juntas, sem férias de trabalho, muitas vezes a visitando nos escritórios. Eu ficava quietinha, desenhando em bloquinhos, enquanto ela me apresentava a seus colegas, toda orgulhosa de carregar meus desenhos em sua bolsa!
Em pouco tempo, seu apelido de trabalho era "mãe de miss"e "sogra", fazia de tudo para não perder meus eventos de desfiles e fotos, ainda hoje acompanhada de um pequeno "book" fotográfico em sua carteira!
Ouvir meus lamentos com amores de escola, a solidão de ter poucas amigas e acima de tudo, acreditar mais do que eu em meus sonhos, foi tudo que sempre a motivou.
Hoje a vida mudou mais uma vez. Muito mais do que eu ter saído de casa, eu a vi perder aquele brilho nos olhos, em ser despachante aduaneira, ter seu próprio escritório e poder dar conta de sua vida financeira, sozinha.

É diante dessa força da minha mãe, que me sinto tão pequena... Uma doação de rim, algo que eu, convicta de meu egoísmo penso nunca ter coragem de fazer, bagunçou todos os planos e possibilidades continuar...
Continuar. É disso que preciso, é disso que vivemos. E sem o exemplo da minha mãe, seria quase impossível.
Mesmo com seu cigarro, seu gosto musical, roupas extravagantes e todas as suas manias (risos)... Hoje eu posso dizer que entendo tuas escolhas, por mais dolorosas que elas tenham sido.
Roseli. Mãe. Obrigada por tudo e por nunca deixar de acreditar e optar pela vida!
Te amo! 
Dia em que nos "conhecemos" oficialmente!
Sempre tentando me deixar bem na foto!
Registro que eu mais amo, eu tinha 7 meses e minha mãe, 17 anos.
 Primeiros passos do Pedro, no seu primeiro aniversário!

Guardiã dos acessórios fotográficos!
Acompanhando nossos primeiros ensaios!
Aniversário de 18 anos do Pedro.
Ajudante de produção!
Sempre me presenteia com rosas!
Presente na montagem e abertura de nossas exposições!
Na torcida da defesa da minha banca examinadora!
 A mãe mais feliz em dia de formatura!

Ouvindo Boys II Men, aos prantos!!!!

 

Abraços, até o próximo post!!!

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