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Artista visual, arteira desde sempre. Amo moda, fotografia, desenho, teatro, dança. E mais tantas outras coisas, mas...Acima de tudo, amo a liberdade de ser eu mesma!!!!!

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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Respeito é bom!

Vestido criado por Déh Dullius

Cresci vendo minha avó fazer roupas exclusivas para meus passeios, minhas bonecas, meu irmão e outras crianças da família. Meus pais também já se aventuraram com roupas de tricot. Sim, meu pai, uma pessoa que mesmo com idéias muito divergentes, me deu uma lição de amor, quando fez um curso de tricot ao adquirirem uma máquina, quando minha mãe estava grávida do Pedro e ficou desempregada. Ele me fez uma linda saia de lã, cor de vinho, com pregas que a deixavam com volume. Nessa mesma época, minha mãe comprou uma máquina overloque, com a qual fez suas roupas de gestante, até precisar vendê-la.
Minha primeira máquina de costura, ganhei durante o Ensino Médio, com muito esforço manual (risos)!
Naquela época tinha o hábito de cortar minhas camisetas, pintá-las, além de fazer bolsas e acessórios a mão. Minha vontade de criar e ser única era tamanha, que um dia desmanchei algumas calças jeans e fiz uma jardineira, para usar com minhas blusas exclusivas.
Nem preciso dizer o estado que ficaram minhas mãos, com os dedos em carne viva! Eu seguia criando, com a absoluta certeza de que não havia limite para minha vontade.
Mas nunca esqueço os olhares e os comentários que recebi na escola, enquanto usava aquela roupa, especificamente. Eu chegava em casa e chorava. Mas nunca abaixei a cabeça diante daqueles olhares ignorantes de quem eu era e o que eu vestia. Ainda hoje me orgulho de ser criadora dos meus próprios sonhos em forma de tecido!
Mas hoje, quero falar sobre um artista das agulhas, que tive o prazer de conhecer da melhor forma: vestindo suas criações.
Déh Dullius é um talento! Quem frequenta a noite de Porto Alegre, alguma vez, já deve ter visto o rapaz mais estiloso e criativo das pistas das casas noturnas!
Nosso amigo, estudante de moda, está sempre reinventando uma nova forma de ver o mundo sob a ótica de suas criações, que são cuidadosamente elaboradas e exclusivas, sem repetir o repertório visual, a cada nova noite!
Ao ler sua carta aberta, escrita após um lamentável acontecido, eu me pergunto:
Quem tem o direito de julgar e estipular regras para algo tão pessoal, como a nossa vontade? Fui uma quase estudante de Moda, sempre tive o maior respeito e admiração por quem consegue expressar sentimentos través de figurinos! Alguém que consegue transformar pessoas em flores, merece ser aplaudido, jamais rejeitado, como ocorrido neste sábado, pelas palavras do Déh:

"Gostaria de agradecer publicamente ao clube noturno KIMIK por me lembrar, na noite de 08/10/11, de 3 motivos pelos quais eu não preciso frequentar estabelecimentos do seu gênero.

 1º Por barrar minha entrada depois de diversas consultas à gerência da casa sob a alegação de que meu "traje inadequado" estava na mesma categoria que "chinelos e bonés". Eu não tinha reparado como horas de pesquisa, oficina, e imagética de moda tinha resultado em um figurino tão complexo que mesmo composto por peças como uma máscara de couro, plumas, componentes de metal, tinta e outros materiais, além de um sapato oxford, e blazer coberto por estêncil, conseguiram ficar parecidos com as clássicas peças típicas do verão, o chinelo e o boné.

 2º Por me fazer perceber, com tanto altruísmo, que existe sim UMA boate em Porto Alegre com conceitos tão rígidos de público que não aceitam pessoas como eu que frequentam há anos casas LENDÁRIAS e verdadeiras escolas da noite, como o grande Bar Ocidente e o espetacular Cabaret!, me pondo assim no meu devido lugar, embora eu tenha comprado ingresso e avisado que minha passagem no clube não levaria mais do que 10 minutos, porque apenas acompanhava um amigo para prestar nossos cumprimentos à outra frequentadora da casa que comemorava sua formatura, além da própria DJ que era a residente da noite e minha amiga.

 3º Por me ajudarem a entender a diferença entre as "regras da casa" e o que muitos me disseram ser a atitude mais absurda e homofóbica por parte da direção de uma casa noturna, e que exatamente por isso não devo criar expectativas positivas sobre clubes fora do "eixo underground" da maior cidade de interior do mundo, a nossa Capital, muito menos perder meu tempo em abrir um processo por preconceito contra este estabelecimento porque além de não fazer parte da minha natureza, que é a de uma pessoa que acredita em tolerância e liberdade, uma atitude desse teor, mas, principalmente por ter finalmente compreendido que o erro foi todo meu, em ter pensado que um dia vocês se dariam ao ridículo de receber alguém com chinelos e boné tão absurdos como os meus.
 Por tudo isso, meu muito obrigado! :)"

 Déh Dullius

Para terminar minha postagem, eu acrescento: Você "barraria do baile" alguma dessas incríveis personalidades, por estarem em desacordo visual diante de seus preconceitos?

Frida Kahlo

Gustav Klimt

Salvador Dali
 Abraços, até o próximo post!

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