Esse ano um grande amor se foi fisicamente (porém, sempre matéria). Maria Aparecida, a nossa Cida, penso que agora desfrute de sua missão cumprida conosco. E só nós sabemos o quanto fomos uma missão impossível!
Foram quase quinze anos de uma convivência única e inesquecível, uma gata que verdadeiramente viveu aventuras dignas de um livro.
Enquanto esse registro literário não vêm, fica a lembrança de seus momentos como modelo de observação.
Não sabemos a idade correta dela, já era grandinha quando bateu insistentemente na minha janela.
A própria vizinha da minha mãe confirmou há poucos meses, com a maior naturalidade, que ela havia sido de seu filho, que a maltratava com surras, por isso procurou refúgio em nossa casa.
Cidoca era um doce, incapaz de machucar alguém e apenas atacava outros animais, ou mesmo pessoas ignorantes em casos extremos, para se defender.
Sua chegada épica foi escrita em versos que posteriormente viraram ilustrações, a convite de uma grande pessoa, para contar esse causo a um grupo de pequenos alunos.
Lembro que tive pouco tempo para produzir as cenas em lâminas de retroprojetor. Até hoje me culpo em ter feito algo tão simples, uma tosqueira de esteriótipos.
O poema da Cida, assim como outros textos para o público infantil, estão arquivados eternamente por motivos diversos, que por hora não valem a pena recordar.
Nestes últimos anos Cida foi toda da mãe, como sua fiel companheira. Cuidaram uma da outra, recebendo atenção em suas horas de fraqueza, principalmente quando se machucava, no processo de perda dos dentinhos e momentos finais de dor.
Muito velhinha, já não conseguia se alimentar e movimentava-se com dificuldade.
Algumas imagens dos últimos momentos da Cidoca:
Poderia ter sido menos triste, mas nunca saberemos o que é realmente o melhor.
Fato é que assim como ela entrou em nossas vidas, foi embora de casa, pra dar seus últimos suspiros.
Sei que ela nunca sairá da nossa memória, ficarão suas histórias, manias e costumes. Seu amor incondicional.
Cida
Quando estava deprimida,
me
sentindo sem saída,
A
janela estremecia,
eu
suava e tremia!
Mas
eu não reconhecia,
não
sabia se abriria,
se desmaiasse, não veria!
Então respirei fundo,
abri
a janela e num segundo
Uma
gata birmanesa
de
rara beleza,
me
olhava com incerteza.
Eu
corri admirada
para
lhe oferecer comida,
Seus olhos azuis perguntavam
se
iria ser acolhida,
não tive outra escolha,
deixei
entrar a atrevida!
Preparei
leite e biscoito
para
a gata com fadiga,
que
parecia ter fugido
Ela
não queria leite,
nem
o biscoito comeu.
Se
ela estava com medo,
Meu
irmão chegou da escola,
adorou
os olhos seus!
Minha
mãe caiu de amores,
Não
demorou muito tempo
e ela mostrou as garras,
roubou
o galeto do forno
Esperta
essa nossa gata,
já
era de estimação,
com
cara de leoparda
e uma fome de leão!
E
grande admiração
tivemos
ao ver então,
que
a gata de estimação,
E
não foi uma vez não,
três
ninhadas ela fez!
Tão
fofinhos os gatinhos,
foram
quatro em cada vez!
Na
primeira foram malhados,
preto
com branco em duas vezes.
Os
outros dois, como a mãe,
A
segunda e a terceira,
não
foram como a primeira.
Eram
todos diferentes
Saudade
tenho dos gatos,
foram
todos adotados,
por
famílias caridosas
E
a nossa amiga Cida?
Come
e dorme de montão,
está
sempre acompanhada
pelo
gato Macarrão!
Macarrão
é mais um gato,
também
é de estimação,
mas
a história desse amigo,
Daniela Karg
Cidoca querida, escrevo em nome da minha família e só temos a te agradecer por tudo.
Nos vemos por aí!
Abraços, até o próximo post.
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