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Artista visual, arteira desde sempre. Amo moda, fotografia, desenho, teatro, dança. E mais tantas outras coisas, mas...Acima de tudo, amo a liberdade de ser eu mesma!!!!!

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terça-feira, 28 de novembro de 2017

Invista-se

Hoje trouxe alguns registros de um processo criativo demorado e que de certa forma, foi a síntese dos caminhos desse 2017. 
Como o próprio ano, os caminhos também não terminaram e reservam futuras alegrias, escolhas e autoconhecimento. 
Nos meses que se passaram, pude rever meus trabalhos e estudos dos últimos sete anos, aproximadamente. Não necessariamente nessa mesma contagem.
Revisão feita enquanto estudava a partir de conversas e insights, anotações e rompantes.
Nesse eterno "olhar pra dentro" tive surpresas e certezas.
Caros raros leitores, prometo não dar a lista completa dessas subjetivas percepções.
Fiquemos por hora com a primeira parte do humilde ensaio de estudos sobre pintura em tela.
Nesse caso, a tela é ambulante, minha boa e velha jaqueta, que já mudou de visual incontáveis vezes!

A inspiração, que acredito não ser mero acaso, vem de uma escultura. Fada de Gelo, de J. Caussé.     
Obra de um livro que ilustra parte do apaixonante período da Art Nouveau
O livro em questão, comprado num sebo há uns doze anos, virou um xodó, por ter registros de algumas obras que pude ver ao vivo, além de ter sido um marco na minha digamos assim, "escalada subjetiva".
A pintura, além de um estudo, fica como lembrança "permanente" de que ao darmos as costas pra tudo que esperam de nós, podemos também dar aos olhos e opiniões alheias aquilo que melhor temos, deixando pra trás nossas dúvidas e seguindo com nossas certezas.

Esse ano resolvi fazer algo diferente! Na verdade já faz algum tempo e a prática tem sido libertadora. Esse rever trabalhos, obviamente foi reformular questões cruciais. Por que ou pra quem faço arte?
Cansada de agradar A, B e C, decidi me levar mais a sério e investir nos meus estudos. Isso inclui me libertar dos desapontamentos. Ter novos materiais de pesquisa e trabalhos, equipar o atelier e adquirir novos conhecimentos. MESMO que não os vejam nos resultados finais de minhas produções, o que desnorteia quem ainda está preso em paradigmas de obter para ser.
Sim, é possível ser colecionadora de saberes!
Trabalho com tecidos. Mas entender de silicone, papel machê, porcelana fria, polímero e outros materiais, não me torna uma perdida.
Já ouvi e li afirmações do tipo: "agora você vai mudar de ramo..."
Decidi perder o medo de desapontar. Entendo que para a maioria das pessoas, tudo deve ser devidamente identificado, separado, encaixotado, lacrado, engavetado, classificado e assim, fazer sentido. Mas se não faz sentir, qual é a *#!%@ do sentido?
Cansei de tentar explicar o meu "ramo". Creio que ele seja muito mais uma trepadeira, uma erva daninha que cresce com o único propósito de ser feliz. 
  














Se até aqui cheguei, foi com ajuda dos meus amados, que pacientemente escutam minhas ideias e debatem novas possibilidades de expandir cada galho, cada flor e cada fruto dessa árvore da vida.
Amo aniversários e com eles os pequenos prazeres que me dou, como a conclusão de mais um trabalho ou pesquisa, hoje acompanhado por uma oração.
Remexendo meus guardados, reencontrei um texto (que é repleto de variadas versões traduzidas) de Maya Angelou, um ser humano que brilhou enquanto aqui esteve e será imortalizada pela arte de ser ela mesma. Um exemplo de força e inspiração, daquelas que ajudam a abrir os olhos a cada manhã. Ninguém me disse que seria fácil. Fácil seria permanecer no habitual. 


Você pode me inscrever na História
Com as mentiras amargas que contar,
 Você pode me arrastar no pó
Mas ainda assim, como o pó, eu vou me levantar.


Minha elegância o perturba?
Por que você afunda no pesar?
Por que eu ando como se tivesse poços de petróleo
Jorrando em minha sala de estar


Assim como a Lua e o Sol,
Com a certeza das ondas do mar
Como se ergue a esperança
Ainda assim, vou me levantar


Você queria me ver abatida?
Cabeça baixa, olhar caído?
Ombros curvados com lágrimas
Com a alma a gritar enfraquecida?


Minha altivez o ofende?
Não leve isso tão a mal,
Porque eu rio como se eu tivesse
Minas de ouro no meu quintal


Você pode me fuzilar com suas palavras,
E me cortar com o seu olhar
Você pode me matar com o seu ódio,
Mas assim, como o ar, eu vou me levantar


Minha sensualidade o agita
E você, surpreso se admira,
Ao me ver dançar como se tivesse,
Diamantes na altura da virilha?


Das choças dessa História escandalosa
Eu me levanto


De um passado que se ancora doloroso
Eu me levanto


Sou um oceano negro, vasto e irrequieto,
Indo e vindo contra as marés, eu me levanto.


Esquecendo noites de terror e medo
Eu me levanto


Em uma madrugada que é maravilhosamente clara
Eu me levanto


Trazendo os dons dos meus antepassados
Eu sou o sonho e as esperanças dos escravos


Eu me levanto
Eu me levanto
Eu me levanto!

Maya Angelou, Ainda Assim Eu Me Levanto
"Still I Rise"

Abraços, até o próximo post!

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