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Artista visual, arteira desde sempre. Amo moda, fotografia, desenho, teatro, dança. E mais tantas outras coisas, mas...Acima de tudo, amo a liberdade de ser eu mesma!!!!!

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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Resposta

Um sábado para dividir angústias e todas as dúvidas do caminho, apoiados pelo mesmo sentimento que os unia, um respeito e uma amizade sem cobranças, sem pressa. Apenas com um único objetivo: Falar e ouvir aquelas pessoas, mesmo que as únicas palavras proferidas saíssem do silêncio do coração. Não era necessário o som para compreender toda uma conversa tantas vezes ensaiada para o nada e que agora, fazia todo o sentido.
Ao voltar para casa, demorei mais tempo do que gostaria, decidi esperar pelo próximo trem que viria, fiquei sentada observando uma equipe de filmagem.
A atriz muito magra e muito clara, quase translúcida, corria pela estação descalça e suja, usando apenas uma camiseta. Terminada a gravação, ela saiu acompanhada e trêmula, vestindo um roupão.
Naquele frio de aproximadamente 8º, suspirei aliviada, no calor do meu casaco, minha boina e minha manta de lã.
Eu era mais uma expectadora na estação, que sorria com ar de deboche pensando: "Coitada da guria, sofrendo nesse frio". Naquele momento, eu era normal, com a redundante normalidade da minha vida, rumo à minha realidade.
E ao chegar nela, me deparei com a já conhecida inadequação dos meus dias.
Vozes amigas com seus discursos familiares: Escola, cursinhos, concursos, mercado pedagógico e formação de profissionais com seus óbvios objetivos... Garantir um bom emprego, com estabilidade financeira.
Percebi que não tinha mais assunto, que por mais que eu tentasse, meus argumentos se acabariam como a minha vontade, se não fosse alimentada.
Procurei um cantinho em que pudesse me olhar no espelho e nele, olhar para dentro.
Não podia mais fugir da única pessoa que precisava encontrar, eu mesma.
E então, senti nos meus pés as pedras, a areia, a água, os galhos que já pisei, o mato que roçou minhas pernas, o sol que me queimou, o vento que me bagunçou! Senti o piso frio e duro por onde passei, a sujeira, o suor, as dores e o medo que senti. 
Vontade de sair correndo em direção aos trilhos do trem, para aquela moça delicada que corria no frio, só para lhe dizer que eu entendia toda aquela sua entrega.
Já totalmente impossibilitada de julgar os outros, minha sincera resposta a quem pergunta: "E agora Dani, o que tu vai fazer?"
Eu? Vou viver!





2 comentários:

  1. É exatamente isso que tu jamais pode deixar de fazer, Dani. Olhar pra dentro de ti, viver o que tu é e trilhar o teu belo caminho sendo tudo que tu sempre foi e tudo que ele vai te possibilitar ser.
    Só posso te dizer muito obrigada por me proporcionar tamanha felicidade nesta terça-feira cinzenta! Só gente que nem tu tem poder de abrir o sol nas pessoas durante dias assim...

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  2. Vou chorar, buáááá!!!!
    Minha querida Valéria, obrigada por tudo, bjs!!!!

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